Trabalho e bastidores garante segurança do maior evento já realizado em Chapadinha

William Fernandes

No futebol, quando o árbitro não aparece, todos dizem que ele apitou bem e soube conduzir a partida. Em grandes eventos festivos, quando tem tumulto, assaltos, brigas, gente ferida ou mortes, logo aparecem os juízes, apitando e dando cartão vermelho para todo mundo, dizendo que não se preocuparam com a segurança, que não respeitam as pessoas e coisa e tal.

Mas quando acontece o contrário, quase ninguém fala nada. Por isso, queremos destacar os vários aspectos da programação que mudou a rotina da cidade ontem. Calcinha Preta já tinha vindo a Chapadinha em outras quatro ocasiões. Mas agora foi diferente. A banda cresceu muito no cenário nacional e só tinha se apresentado em espaço privado, com ingressos entre 20 e 30 Reais e nem todos podem pagar.

Com um show desses em praça pública até uma capital muda sua rotina. O que dizer então em Chapadinha? Ainda bem que o local do show é grande e comportou a multidão (mais de 15 mil pessoas) que compareceu. Veio gente de várias cidades da região.

Mas, para fazer um evento dessa natureza, surgem muitas preocupações, entre elas a organização de toda a programação, que envolve dezenas de pessoas, principalmente ligadas à prefeitura. Gente que passa noites sem dormir, de tanta preocupação. É verdade. É tanta coisa para providenciar: Hotel, palco, camarins, alimentação, divulgação, prêmios, distribuição de cupons, limpeza, iluminação, trânsito. Ufa!

É, mas nada disso será perfeito, se não tiver uma coisinha básica: segurança. O que todos comentaram hoje de manhã foi só a respeito do grande show da banda, da multidão que compareceu, de alguém que ganhou uma moto, de outra que ganhou uma geladeira e por aí vai.

Faltou lembrar do trabalho de uma turma que — assim como o árbitro de futebol num bom jogo — quase não aparece: a da segurança. E aí, envolve também muita gente. A prefeitura contratou quase quarenta seguranças particulares e a PM destacou 40 homens para trabalharem durante o evento. A Guarda Municipal, conforme disse o próprio comandante, Kerley Pimentel, “bateu fofo”.

A guarda passa pro um problema de falta de estrutura e muitos dos guardas estariam se aproveitando da situação e se omitindo do trabalho. “Tem guardas fazendo corpo mole”, disse Kerley, que já anunciou que vai cobrar da prefeitura providências urgentes para tentar colocar a instituição nos trilhos novamente.

Mas, retomando o assunto, a festa foi muito elogiada pela maneira como aconteceu. Ninguém duvida que foi o maior público de um show em Chapadinha. E, melhor: nenhuma confusão foi registrada. Isso é digno de registro. Léo Castro e Luis Carlos Junior comentaram hoje na Mirante AM, sobre esse aspecto. Léo disse que até teve uma briga, mas que chegou a ser engraçado: duas mulheres trocavam unhadas por causa de um “gostosão”. Imaginem a cena: milhares de homens na festa, mas elas escolheram aquele para disputar a tapas. Até onde eu sei, foi isso.

Mas para que tudo saia bem, é necessário todo um trabalho de bastidores. É quando se conduz tudo com organização e sem estardalhaço. Foi o que a polícia fez. O major Edvaldo preparou uma operação e colocou equipes na rua para antecipar-se aos mal-intencionados. Sabendo como funciona a mente maligna dos bandidos, o comandante fez o trabalho de prevenção.

Soldados, cabos, sargentos, tenentes, todo mundo envolvido. O sargento Aurélio, que vem comandando algumas blitz pelas ruas da cidade, comandou ontem uma operação nos arredores da Praça do Povo, que apreendeu várias armas, entre elas, um revólver, que estavam com um homem de nome Edcarles, de 28 anos, que foi conduzido à delegacia de Chapadinha.

Esse trabalho funciona como na porta de um clube, em que é feita a revista em quem vai entrar. Claro que não é possível ‘revistar’ a todos em um evento como o de ontem, mas tudo que é feito em prol de nossa segurança, é de bom grado. Já pensou o que poderia ter acontecido, se essas armas não tivessem sido apreendidas?

Já pensou se alguém é ferido com uma dessas armas, mesmo que não fosse no local da festa? O estrago estava feito, não é mesmo? Então, vamos aplaudir o trabalho preventivo da polícia militar e de todos os que se preocupam com nossa integridade física. Quanto à Guarda Municipal, esperamos que receba o mais rápido possível a estrutura necessária, para que os guardas possam trabalhar dignamente e, assim, dar respaldo para que o comandante possa cobrar com mais propriedade, pois diante da atual situação, ele fica quase impotente.

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